Microinfluenciadores

De fato, as redes sociais estão maquinando nossas barras de rolagem. As “fazendas de bots”, os perfis-simulacros e os complexos avatares de criação e replicação de conteúdo são hoje uma força de orquestração política. É óbvio que os fakes envenenam as plataformas digitais com suas manobras obscuras de manipulação. Com essa enchente de estratégias abusivas tomando de assalto os discursos no sentido de agendar polarizações parece justo samplear esse tsunami de posts. Surgem provocações:

- como [retroalimentar] o sistema que incentiva discussões e incita ânimos?

- é permitido [esvaziar o sentido original] sustentando novas inquietações?

- [opiniões] lançadas no espaço de bits tem dono?

A série microinfluenciadores propõem a apropriação digital e o mashup como base poética de criação, propõe o embaralhamento verbovisual da inflação de false amplifiers consumindo suas semânticas e sínteses de ideias na timeline para transformá-las em metadados exclusivos e personalizados. Para isso, foram escolhidos dois contextos polemizadores como fontes de garimpo nas redes sociais: a questão Queermuseu (Porto Alegre, 2017) e a Greve Geral (Brasil, 2018). Em ambas as situações foi criado um banco de comentários escolhidos em função das fortes repercussões que geraram. Após esse arquivamento, foram confeccionados diferentes produtos customizados (canecas, canetas, cadernos, almofadas e cartões de visita) utilizando alguns comentários selecionados usando geradores aleatórios de números on-line.

Almofada 1

Técnica e/ou materiais: impressão sobre almofada aveludada. Dimensão: 45x25 cm. Ano: 2018. 

Camiseta 1

Técnica e/ou materiais: serigrafia sobre 100% algodão, fio 30.1 escovado. Ano: 2018.

Caneca 1

Técnica e/ou materiais: impressão sobre cerâmica (325mL). Ano: 2018.